São Paulo, verão de 1956.
Caro Borges
A notícia de sua nomeação para a Biblioteca Nacional da Argentina não poderia ter vindo em melhor hora! Feliz o povo que tem à disposição para o cargo de guardião do saber um escritor com visão tão ampla do que é e como se faz literatura e do que é e como se faz o conhecimento. Falo da visão da alma, a que mais fundo e intensamente vê, não da visão dos olhos que, bem sei, te andam falhando.
Quem dera, aqui nesta Terra Brazilis, houvesse disposição e interesse... O que se tem visto por estes horizontes é uma febre por progresso, uma pressa em se traçar uma linha abaixo da mediocridade como meta de cultura e educação. Buscar excelência passou a ser ação de quem pede favores às autoridades, as "Senhoras Excelências" do poder que não mais representa respeito às instituições, mas o respeito ao dinheiro.
Sendo assim, rendo minhas homenagens ao povo platino que, numa atitude áurea, bem soube colocar um homem das letras na maior casa delas em seu país!
(Imaginado e escrito por Célio Verseglio.)
Sempre antenada! Parabéns!
ResponderExcluirTem que ser, né? Volte sempre!
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