O texto de hoje foi extraído do livro Na vertigem do dia, de Ferreira Gullar. Que questiona a relação do homem com a arte, a tradução da poesia do ser individual para o social, reciprocamente.
Boa leitura!
Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão;
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
de vida ou morte
será arte?
(Para saber mais sobre Ferreira Gullar e seus escritos acesse o site: http://literal.terra.com.br/ferreira_gullar/)
Adoro esse poema! Suas escolhas poéticas são certeiras, Tamara!
ResponderExcluirTraduzir-se me lembra a saga de Fernando Pessoa e seus respectivos heterônimos; cada parte dele dividida em ficções. Isso é arte, sim!
Beijos, Lohan.
Obrigada pela leitura, Lohan!
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